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  • Foto do escritorPsi Kleber Pereira •●• de Souza

ANEDONIA... Viver sem sentir prazer

Segundo o psiquiatra Luiz Scocca, cerca de 70% dos pacientes com depressão sofrem também com a anedonia. ======= Citada pela primeira vez em 1896 pelo psicólogo francês Théodule-Armand Ribot, a anedonia atinge, segundo o psiquiatra Luiz Scocca, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da Associação Americana de Psiquiatria (APA), cerca de 70% dos pacientes com depressão. E os números da doença são altíssimos. No mundo, ela afeta 322 milhões de pessoas. Já no Brasil, 11,5 milhões (ou 5,8% da população) - só na capital paulista, estima-se que 18% dos moradores já tiveram um episódio. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A anedonia é o sintoma nuclear da depressão. É um problema complicado e que varia de intensidade de acordo com a gravidade do transtorno. Isso significa que o paciente pode perder o prazer por uma coisa específica e que sempre gostou muito, como escutar música e comer, ou por todas", explica o psiquiatra Luiz Scocca.


O médico relata ainda que essa condição inibe os comportamentos saudáveis, fundamentais para uma vida plena e feliz.


A anedonia nunca vem sozinha. Normalmente, é acompanhada de desânimo, cansaço, fadiga, apatia, diminuição de energia e dificuldade de concentração. E, apesar de ser o sintoma central para o diagnóstico da depressão mais severa, também pode acometer usuários de drogas e álcool, sobretudo durante as crises de abstinência, e quem sofre de esquizofrenia, neurastenia, Mal de Parkinson, câncer, estresse pós-traumático, distúrbios alimentares e transtornos de ansiedade.

"Com ela, anedonia, muitas vezes a pessoa deixa de se relacionar com os outros, mantendo um isolando social, e passa a ter mais pensamentos negativos", acrescenta o psiquiatra Luiz Scocca.


O que também ocorre é que ela se torna indiferente consigo mesma, não tendo apego por nada e nem ninguém. O indivíduo parece estar emocionalmente vazio ou "congelado", sem sofrer alterações de humor, independentemente do que aconteça ao seu redor. E nem sempre ele se dá conta disso - em muitos casos, são os familiares que observam e fazem o apontamento.


Tendo grande impacto na qualidade de vida, a anedonia ainda provoca uma sensação de desconexão com o mundo e, o que é pior, eleva o risco de suicídio, vide o ocorrido com Alice.


"Se o problema não for tratado logo e de forma eficaz, as chances de o depressivo atentar contra sua própria vida sobem consideravelmente, assim como de surgirem doenças associadas e abuso de substâncias entorpecentes. São fatores que vão se acumulando", analisa o psiquiatra da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Alfredo Maluf Neto.


Apesar de não haver dados efetivos sobre a relação entre a falta de prazer e o número de suicídios, é importante destacar que eles têm aumentado de forma assustadora. A OMS informa que são cerca de 800 mil por ano, o que significa uma morte a cada 30 segundos no mundo. No Brasil, a cada 100 mil pessoas, 6 se matam anualmente, dado que o coloca como o oitavo país com mais óbitos autoprovocados em números absolutos.


Causas

A anedonia nunca vem sozinha. Normalmente, é acompanhada de desânimo, cansaço, fadiga, apatia, diminuição de energia e dificuldade de concentração. E, apesar de ser o sintoma central para o diagnóstico da depressão mais severa, também pode acometer usuários de drogas e álcool, sobretudo durante as crises de abstinência, e quem sofre de esquizofrenia, neurastenia, Mal de Parkinson, câncer, estresse pós-traumático, distúrbios alimentares e transtornos de ansiedade.

Ao contrário do que muita gente pensa, ela não ocorre apenas em adultos, podendo se dar também em crianças e adolescentes, e é mais comum em mulheres. Mas o que causa exatamente esse problema? Scocca comenta que a origem exata ainda não é totalmente conhecida.

"É uma questão neurobiológica, e o que sabemos por enquanto é que está associada à diminuição da atividade no circuito de recompensa do cérebro."


Seu surgimento também parece estar ligado ao aumento da atividade na região frontal do córtex pré-frontal, que, dentre outras funções, controla a inibição das respostas emocionais, e aos baixos níveis de dopamina, importante neurotransmissor responsável pelas sensações de bem-estar e prazer.

 

Fonte:

BBC NEWS - BRASIL (bbc.com)

por Renata Turbiani

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